Os barcos de papel, de José Maviael Monteiro

Professora Monica Karoline de Lima, 7º ano. Colégio Sagrada Família.


A literatura, muitas vezes, utiliza símbolos simples para revelar profundas reflexões sobre a vida e a condição humana. No livro “Os barcos de papel”, de José Maviael Monteiro, o enredo aparentemente singelo revela uma mensagem crítica acerca da efemeridade da existência e da necessidade de preservar a imaginação diante das pressões do mundo adulto.

O enredo da obra acompanha a experiência simbólica de personagens, principalmente crianças, que constroem barcos de papel e os lançam em rios ou córregos. A ação, apesar de simples, assume um caráter metafórico: os barcos representam os sonhos humanos, frágeis e passageiros, constantemente sujeitos às correntes da vida. Assim, a narrativa reflete sobre a inevitabilidade do tempo e sobre como cada escolha ou circunstância externa pode alterar o curso de nossas esperanças.

Nesse processo, os personagens desempenham papel essencial. As crianças, com sua imaginação fértil, dão vida a uma atividade banal, ressignificando o espaço em que vivem. Os adultos, por outro lado, aparecem como contraponto: figuras marcadas pelo pragmatismo e pelo distanciamento da fantasia, representam a perda da sensibilidade e do encantamento diante da vida. Essa oposição ressalta a crítica do autor à rigidez social e à incapacidade de valorizar a simplicidade.

O espaço narrativo, marcado por rios, quintais e lugares cotidianos, reforça a construção simbólica do texto. Locais comuns são transformados em cenários de liberdade e sonho, mostrando que a realidade pode ser reinventada pela imaginação. Dessa forma, o autor sugere que não é necessário buscar grandes feitos para viver plenamente: a riqueza está na forma como se encara o mundo e na capacidade de projetar significados sobre ele.

Assim, a mensagem crítico-reflexiva de “Os barcos de papel” está na valorização da infância, da criatividade e do sonho como forças capazes de resistir à dureza da vida adulta. José Maviael Monteiro mostra que, embora os barcos sejam frágeis e destinados a desaparecer, o ato de criá-los e lançá-los ao mundo traduz a essência da existência: viver é ousar sonhar, mesmo diante da certeza da finitude.


Sobre a obra

“Quatro amigos estão passeando em um lago no alto do morro próximo de onde vivem quando descobrem uma passagem secreta escondida nas pedras. O que parecia ser uma pequena gruta mostra-se uma caverna imensa, formada por labirintos onde eles ficam perdidos.

A expedição torna-se uma enorme preocupação para seus pais – pois os quatro não voltam para casa ao entardecer – e uma grande aventura de exploração, mistério e perigo para os garotos. Para sair dali, os amigos precisam se unir usando a inteligência e a criatividade...”


Para refletir sobre a importância da esperteza, união, amizade, confiança e esperança, os alunos do 7º ano do Colégio Sagrada Família buscaram informações sobre vários assuntos relativos aos temas: literatura, geografia, história, ciências e filosofia e ética. Cada grupo pesquisou a apresentou os resultados através de maquetes do espaço da narrativa, livro com a análise teórica da obra, linha do tempo dos meios de comunicação, escrita de uma reportagem fictícia, cartaz com informações sobre as cavernas, brinquedos produzidos a partir de materiais reciclados, diário da leitura e história em quadrinho sobre a importância da amizade. Foi um grande trabalho produzido a muitas mãos, mostrando que a união promove um lindo resultado.








Comentários